AÇÃO SOCIAL DO PLANALTO

GALERIA DE FOTOS

Os homens de amanhã Pobreza não é vergonha, mas leva as pessoas a assumirem atitudes deprimentes como reação natural e contrária. Afinal,não existe lei mais imperiosa entre os homens do que o da sobrevivência. Ela dita regras que são obedecidas e respeitadas por adultos e crianças do mundo inteiro. Sempre foi esta a realidade da vida. No entanto, ao mesmo tempo em que centenas de pequenos abandonados tentam, de qualquer forma sobreviver e para isto assaltam, roubam, aprendem vícios e até matam, eles ao contrário, vivem em paz. Tiveram outra opção uma oportunidade na vida. Trabalham, estudam, rezam, fazem poesia e se divertem. Garantem com a maior dignidade e orgulho uma existência feliz. Os outros são conhecidos como delinquentes, trombadinhas ou marginais, horrores da sociedade. Eles são os meninos azuis da Ação Social do Planalto. Saudáveis, alegres, simpáticos. São 205 garotos carentes orientados de perto por uma equipe de mulheres extraordinárias lideradas por Aída Costa da Cunha Camões, nossa entrevistada de hoje. Ela aceita todos os desafios em função de um ideal que devia ser o de uma comunidade inteira: O homem de amanhã No anseio da esperança O homem do amanhã Que é nada mais que Uma criança Nas vitrines da alvorada Antes que o sol se faça presente Seguindo ardente Pelas ruas, nas calçadas.Uma caixa de engraxate Ou um jornal pra vender Lá vão eles pelas ruas Antes do sol nascer. É preciso começar cedo Pra também cedo vencer. Vendedores de pastel, Engraxates e jornaleiros É assim que começamos Pra sermos grandes Brasileiros. Cantarolando uma canção Rezando uma oração Chutando pedrinhas pensando em bola É assim que eles vão E nós também vamos. Como todo bom Brasileiro, Pelas ruas do pavilhão. Que traz justiça e amor Para o nosso coração. Autor : Euler da Silva Lessa, 2o. série da Escola Anchieta mantida pela Ação Social do Planalto Entrevista de Eliana Fonseca Viana com Aida Costa da Cunha Camões Eram cinco e meia da tarde quando as portas das salas de aula abriram-se e eles passaram correndo.Alegres e saltitantes como são todas as crianças.A espontaneidade da infância nunca fez distinção de classes.Entre sorrisos eles atravessam o pátio interno saltaram uma pequena amurada que circunda a varanda enquanto conversavam animadamente em busca da porta de saída.A Dos ou três metros dela pararam instantaneamente ,como que automatizados.Todos. Ficaram em silêncio absoluto, imóveis por alguns minutos, com o material escolar nas mãos e os olhos fixos na parede.